Foi com apoio de profissionais de saúde, pais de pacientes, estudantes e funcionários da Universidade de Pernambuco (UPE), que a médica oncologista pediátrica, Vera Morais, fundou, em 3 de março de 1997, o Grupo de Ajuda à Criança Carente com Câncer (GAC-PE). Com 25 anos de atuação, a instituição sem fins lucrativos ressignificou o tratamento do câncer infantojuvenil no Estado, oferecendo assistência social humanizada aos jovens pacientes e suas famílias, atendidas no Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), na região central do Recife.
A primeira grande ação do GAC-PE, foi mobilizar recursos para a construção de um espaço de atendimento aos pacientes do Serviço de OncoHematologia Pediátrica (CEONHPE). Em agosto de 2005 foi inaugurado o novo prédio; uma moderna instalação de sete andares, contando com; ambulatório multidisciplinar, 10 enfermarias com 3 leitos cada, 2 isolamentos reversos, 01 Central de quimioterapia, além da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com 4 leitos, totalizando capacidade de atendimento de 42 pacientes internados e até 1.490 pacientes (1.000 no ambulatório, 90 internações, 400 quimioterapia) média mensal.
Hoje a Instituição consegue oferecer apoio humanizado em todo o tratamento da criança e do adolescente com câncer. Ao longo de mais de duas décadas de atuação, o GAC-PE acumula importantes feitos em prol da sociedade. A organização já realizou cerca de 22 mil atendimentos e viabilizou mais de 11 mil medicamentos para distribuição aos pacientes ambulatoriais.
Além das ações com foco na assistência social, o grupo desenvolve projetos específicos de prevenção e humanização do tratamento. O “Fique Atento: Pode ser Câncer” vem trabalhando na capacitação, para diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil, de cerca de 3 mil profissionais de saúde, das Unidades de Estratégia da Família do Recife e de algumas cidades do interior do Estado. “É crucial que os profissionais da atenção básica estejam capacitados para a suspeita e diagnóstico rápido da doença. Isso aumenta as chances de cura e de melhoria na qualidade de vida dos pacientes”, explica Vera Morais, presidente do GAC-PE.
Atualmente, a instituição assiste 95 crianças, vindas de Pernambuco e de outros estados do Nordeste, além de suas famílias. É com o apoio dos parceiros e doadores que o GAC-PE planeja construir a sua nova sede, no bairro de Santo Amaro. “O nosso prédio se tornou pequeno para a execução dos projetos. A construção da sede vai oferecer mais espaço para a gente desenvolver as nossas ações com as crianças e seus acompanhantes”, explica Vera Morais, que completou: “Nós somos uma instituição respeitada, amada por todos e a gente sempre diz: ‘aqui se respira amor’”.
FAZEM PARTE PARTE DA HISTÓRIA – A voluntária mais antiga da instituição é Fátima Lima, de 66 anos. “Eu renunciei tudo e todos, mas não me arrependo de um momento sequer. Todas as pessoas que trabalham aqui como voluntário, precisam fazer tudo com amor”, conta.
Fátima fez parte do grupo que ajudou a fundar o GAC-PE, em 1997. “Já existia um movimento de voluntários antes mesmo da instituição ser fundada, ele era formado por alunos de medicina, enfermagem e educação física da UPE”, conta. A doação de Fátima com o GAC só aumentou com o tempo. “Uma das coisas que eu mais queria era morar aqui, eu me sinto bem servindo aos pequenos pacientes que alegram nossa vida”, destaca.
Já Sérgio Lopes e Josetânia Lira foram pacientes com câncer assistidos pelo GAC-PE e estão curados há mais de 20 anos. O casal se conheceu durante o tratamento e fez parte do Projeto Vencer, criado pela instituição para incluir ex-pacientes no mercado de trabalho, através de cursos profissionalizantes. Hoje, Josetania é uma das funcionárias do grupo. “A assistência que recebemos foi além dos cuidados com nossa saúde, também se preocuparam com nosso futuro. É uma casa que não tem sinônimo de tristeza por causa da doença. Ao contrário, aqui temos alegria e esperança”, conclui Josetânia.