Campanha nacional busca incentivar o diagnóstico precoce da doença e a doação de medula óssea
No calendário da saúde, os meses do ano ganham cores relacionadas a determinadas doenças como forma de conscientizar a população sobre medidas de prevenção e políticas públicas. Fevereiro recebeu a cor laranja. Faz referência à conscientização sobre a leucemia, um dos tipos de câncer mais frequentes no Brasil, com estimativa de 11,5 mil novos casos em 2024.
Segundo a oncologista pediátrica e presidente do GAC-PE, Vera Morais, as células se tornam leucêmicas após sofrerem mutações genéticas que lhes conferem vantagem proliferativa sobre as normais. “Elas ocupam a medula óssea, bloqueiam a produção das células sanguíneas normais e se reproduzem no sangue, a partir do qual podem infiltrar vários órgãos como linfonodos, baço, fígado e sistema nervoso central, dentre outros”, disse.
A leucemia pode se manifestar de forma aguda ou crônica. A aguda é caracterizado por células imaturas, sem capacidade funcional e pela rápida evolução para a morte, se não tratadas adequadamente. “Apesar da gravidade, são doenças curáveis em uma parte dos casos”, ponderou a médica. Já nas leucemias crônicas, a proliferação das células neoplásicas é lenta e predominam células com algum grau de maturação.
Tipos
Existem dois tipos principais de leucemias: a mielóide e a linfóide. Considerando ambos os fatores, o tempo de evolução e a origem celular, a doença divide-se em vários subtipos: Leucemia Mielóide Aguda (LMA), que é uma doença grave, possui mortalidade elevada, porém é curável em parte dos casos, sendo mais comum nos adultos; Leucemia Linfóide Aguda (LLA), doença grave que afeta mais as crianças e possui elevada possibilidade de cura.
A LLA ocorre também nos adultos, porém com pior prognóstico em relação à infância; Leucemia Mielóide Crônica (LMC), doença mais frequente nos adultos, assintomática durante algum tempo, evolui com o aumento do baço e, se não tratada, pode-se transformar em uma leucemia aguda; e a Leucemia Linfóide Crônica (LLC), doença que predomina nos idosos, evolui lentamente e pode ser controlada com medicação, porém, não tem cura.
Os sintomas variam. Suspeita-se de leucemia quando há sinais e sintomas como palidez e cansaço relacionado à anemia, manchas roxas na pele e outros sangramentos anormais, geralmente relacionados à baixa das plaquetas, febre, sudorese noturna, dor óssea, aumento de gânglios linfáticos, do baço ou do fígado.
Tratamento
Atualmente, apenas as leucemias agudas são curáveis, especialmente a Leucemia Linfóide Aguda da infância. As leucemias crônicas são controladas com quimioterapia, que, em geral, possibilita aos pacientes uma boa qualidade de vida. “Alguns casos de leucemias agudas e, mais raramente, de leucemias crônicas necessitam de um outro tratamento além da quimioterapia, o chamado Transplante de Medula óssea (TMO) alogênico”, explicou a médica.
Serviço
O Serviço de OncoHematologia Pediátrico (CEONHPE) do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), integra uma rede de referência para toda a região do estado de Pernambuco, possui leitos para internação de crianças e adolescentes com doenças hematológicas mais graves, especialmente as leucemias agudas, além de ambulatórios de oncohematologia e de hematologia para doenças benignas.
Sobre o GAC-PE
O Grupo de Ajuda à Criança Carente com Câncer – Pernambuco (GAC-PE) é uma organização da sociedade civil, que há 26 anos assiste crianças, adolescentes e jovens, com faixa etária entre 0 a 19 anos, no tratamento do câncer, em parceria com o Centro de OncoHematologia Pediátrica (CEONHP)E do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC).