É com a participação ativa dos voluntários que o Grupo de Ajuda à Criança Carente com Câncer (GAC-PE) consegue desenvolver a missão de humanizar o tratamento oncológico de crianças e jovens – em situação de vulnerabilidade social – atendidas no Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), área central do Recife. Porém, no período mais crítico da pandemia da covid-19, a instituição sofreu com uma queda considerável no número de voluntários e, desde então, vem enfrentando dificuldades para atender pacientes e acompanhantes. No Dia Nacional do Voluntariado, comemorado neste domingo (28), o GAC-PE lança uma campanha para estimular a inscrição de novos voluntários dispostos a ajudar no cotidiano da ONG.
Atualmente, o GAC-PE conta com 60 voluntários ativos para atender mais de 10 setores da instituição. As atividades acontecem de segunda a sexta, em dois turnos: manhã e tarde, sendo o período matinal o mais crítico. “Pela manhã, assistimos a quimioterapia, refeitório, duas brinquedotecas, enfermarias e a loja da instituição”, explica a coordenadora do voluntariado, Carla Paz. Com o número insuficiente de voluntários, a instituição está tendo que priorizar alguns setores em detrimento a outros. “O refeitório é o que está recebendo maior atenção, porque não podemos deixar de oferecer o café da manhã e o almoço das famílias assistidas pelo GAC. Muitas desses pacientes vêm do interior, para realizar consultas, e dependem única e exclusivamente da alimentação oferecida aqui dentro”, conta Carla.
Em dezembro de 2021, o servidor público José Antônio, de 50 anos, iniciou no voluntariado do GAC-PE e todas as terças-feiras de manhã ele tem um compromisso marcado com a solidariedade. “Eu fico esperando chegar a terça-feira para poder vir ao GAC, quando eu não venho, eu fico sentindo que faltou alguma coisa”, afirma. Antônio revela que o contato com as crianças têm ajudado ele a vencer um drama pessoal. “Eu enfrento há muitos anos um quadro de depressão e ser voluntário do GAC está me ajudando a superar a doença. Essa troca que acontece entre paciente e voluntário, para mim, é muito valiosa”, destaca.
“É graças à atuação dos voluntários que conseguimos oferecer um tratamento mais digno e menos doloroso aos pacientes. Cada um deles desenvolve um papel fundamental na melhoria da qualidade de vida das crianças e adolescentes assistidas pela nossa instituição. Eles são essenciais para o funcionamento do GAC”, ressalta a oncologista pediatra e presidente do GAC-PE, Vera Morais.
Como se tornar um voluntário?
Para ser um voluntário do GAC-PE, é preciso ser maior de 18 anos e ter disponibilidade para cumprir, no mínimo, 4h de carga horária semanal. As inscrições podem ser feitas através do site oficial da instituição (www.gac.mable.solutions) ou pelo WhatsApp: (81) 9 9975-5118. As entrevistas acontecem todas às quartas e quintas, no período da manhã ou da tarde.
Ao ser convocado, o candidato passa por um mês de treinamento e participa de atividades em todos os setores que a instituição atende. Após o período preparatório, o voluntário pode escolher atuar na área em que mais se identificou ou, se preferir, tem a opção de ser um voluntário volante, onde atende a todos os setores, de acordo com a demanda do dia.